Lacan aponta que “entre todos os grupos humanos, a família desempenha um papel primordial na transmissão da cultura”. Para isso, dentre as demais instituições envolvidas na educação da criança, caberia à família a tarefa da “repressão dos instintos” e ela estabeleceria
uma “continuidade psíquica” entre as gerações.
Nessa transmissão entre gerações, há também a transmissão de questões não resolvidas ou não processadas de uma geração para a próxima dentro de uma família ou comunidade. Isso significa que os traumas experimentados por membros em gerações passadas continuam a afetar as gerações seguintes.
Dentre os traumas familiares podemos citar:
Triangulações familiares: aqui a criança é escalada para aliviar as tensões entre seus cuidadores ou então a aliar-se a um deles durante os conflitos. Geram ansiedade e o sentimento de que a pessoa sempre é responsável por resolver o problema dos outros.
Familiares invalidantes: familiares desvalorizam as experiências emocionais das crianças, minimizam, criticam ou comparam com outras crianças.
Geram sensação crônica de vazio, medo de abandono, inadequação e desvalorização de si mesmo.
Cuidadores resignados: agem sempre de forma passiva por não saberem lidar com emoções intensas e/ou situações adversas.
Geram dificuldade em dizer não, sentimentos de desproteção e desconexão consigo mesmo.
Excessivamente exigentes: nada nunca está bom.
Geram dificuldade em confiar em si mesmo, fixação em perfeccionismo, críticos consigo mesmo.
Famílias simbióticas: há uma fusão emocional excessiva e uma confusão entre os entes familiares e uma dependência emocional entre eles.
Geram indivíduos que desconhecem suas identidades, sentem muita culpa e têm dificuldades de impor limites.
Você não precisa carregar e nem passar esses padrões para frente e a psicoterapia pode te ajudar.
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