“Tive alguns sinais de alerta antes da crise em si. Comecei a sentir que a minha saúde mental estava abalada porque andava muito cansada emocionalmente. Não era algo físico. Algumas situações que antes eram simples de executar, passaram a me dar muita ansiedade. Comecei a sentir medos que eu não tinha, de coisas mais simples, como pegar um avião, viajar sozinha, ou ficar sozinha. Não era mais um momento especial onde eu conseguia me curtir. Havia mudado algo dentro de mim que não estava bom. Acredito que a primeira vez que tive uma crise de pânico foi em 2018, durante uma viagem de avião. Não sei dizer ao certo como começou, mas senti que havia perdido o controle da situação. Nós estamos na condução de um piloto, de um motor, e aquilo me deu muito medo. Senti falta de ar, medo de acontecer alguma coisa, um desespero enorme, chorava muito, e não conseguia entender de onde vinha tudo aquilo, que sentimento era aquele dentro de mim. Eu já fazia terapia, tinha minha psicóloga,o que foi um diferencial enorme para mim. Ela me alertou de que algo precisava ser feito mais internamente e aprofundado.” contou a atriz, apresentadora e influenciadora Rafa Kalimann para o jornal O Globo.
A síndrome do pânico se caracteriza pela ocorrência repentina, inesperada e de certa forma inexplicável de crises de ansiedade aguda marcadas por muito medo e desespero, associadas a sintomas físicos e emocionais aterrorizantes, que atingem sua intensidade máxima em até 10 minutos.
A diferença entre ansiedade e síndrome do pânico está na intensidade dos sintomas e na imprevisibilidade de sua ocorrência. Enquanto a ansiedade tem causas mais lógicas e concretas, como um desafio a ser enfrentado ou uma situação delicada que está para ocorrer, a crise de pânico não tem hora nem motivo para começar. Durante o ataque de pânico a pessoa experimenta a nítida sensação de que vai morrer, ou de que perdeu o controle sobre si mesma e vai enlouquecer.
Como os ataques de pânico são mais concentrados em eventos específicos imprevisíveis, e costumam disparar sinais corporais mais paralisantes, exigindo, muitas vezes, o suporte de outras pessoas, é sempre importante dividir o diagnóstico com uma rede de apoio de confiança, treinada para saber acudir e acolher, além de ter a capacidade de chamar ajuda especializada e técnica quando necessário.
No tratamento, procuramos mostrar ao paciente que, por mais desconfortável que pareçam os ataques, ele não vai “morrer por causa deles”, e que com o tempo, os sintomas podem cessar completamente ou serem controlados, tornando-se mais leve.
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